Outubro 2006


O governo britânico negou ontem que tenha planos para privatizar a Amazônia e que pretenda incluir o assunto na pauta de uma reunião internacional sobre mudança climática iniciada ontem em Monterrey, México. A declaração havia sido dada pelo secretário do Ambiente do Reino Unido, David Miliband, ao jornal “Daily Telegraph”.Segundo o jornal, Milliband propunha uma “privatização completa da Amazônia” contra emissões de gases-estufa pelo desmatamento e admitia que a idéia poderia levantar “questões de soberania” com o Brasil. “Isso não está sendo discutido em Monterrey”, disse à Folha Penny Fox, porta-voz do Departamento do Ambiente britânico.

O governo brasileiro atacou a idéia. “Se alguém tem essa intenção não tem muito conhecimento do que é a Amazônia. Hoje 75% da região pertence ao Estado. São áreas que não podem ser vendidas”, disse Tasso Azevedo, diretor do Serviço Florestal Brasileiro. Ele afirmou que nos últimos três anos foram investidos R$ 100 milhões na proteção da selva.

Os interessados em ajudar na proteção de uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo, explica Azevedo, podem colaborar de várias formas. Uma delas é ajudar o fundo do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). “Até agora, apenas empresários brasileiros colaboraram com essa iniciativa. Recursos estrangeiros também seriam muito bem-vindos”, afirmou o representante do Ministério do Meio Ambiente.

Um dos apontados como autor da idéia de comprar grandes nacos da Amazônia é o multimilionário inglês Johan Eliasch, nascido na Suécia. Recentemente, ele adquiriu uma área de 400 mil hectares de floresta no território brasileiro. “Ele comprou uma região que está certificada para a exploração de madeira. Há áreas bem mais ameaçadas”. Segundo Azevedo, o plano de combate ao desmatamento feito pelo Brasil pode ser ajudado de várias outras formas -não com a “privatização” da floresta.

in Diário News

Os índios da etnia caiapó que ajudam nas buscas às vítimas do desastre com o vôo 1907 da Gol encontraram hoje os corpos de alguns passageiros. Os 12 indígenas que ajudam na região localizaram também objetos pertencentes aos passageiros. O técnico da Funai (Fundação Nacional do Índio), Luiz Carlos Sampaio, disse que é impossível contabilizar o número de corpos encontrados.
As equipes de buscas contam com o auxílio de 33 militares do Esquadrão Pelicano, situado em Campo Grande.
O Boeing da Gol caiu na última sexta-feira, em Mato Grosso, após colidir com a aeronave Legacy, que conseguiu pousar na base aérea de Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará.

in Campo Grande News

Vai ser preciso ainda muito tempo, difícil de definir em calendário, para o homem conhecer e dominar as riquezas escondidas no interior da maior floresta tropical do mundo. Mas elas aparecem. A transformação da planta curauá em papel, um dos mais recentes exemplos de como o homem pode aproveitar os recursos da natureza em benefício dos povos da floresta, é tema da nossa terceira reportagem da série sobre programas de desenvolvimento sustentável e combate à pobreza na Amazônia paraense.

De longe, um observador desavisado apostaria estar diante de uma plantação de abacaxi. Um olhar mais atento, e mais próximo também, confirma as diferenças das folhas e a falta do fruto facilmente identificável. Mas não se trata de um erro tão grosseiro assim já que o nome científico do curauá, ananas erectifolius, revela a familiaridade com o abacaxi (ananas comosus).

Planta característica da Amazônia paraense, o curauá cresce até em solo arenoso e pouco fértil chegando a atingir entre um metro e um metro e meio de altura. A propriedade mais conhecida dessa planta foi descoberta pelos povos primitivos da floresta. Os índios já usavam a fibra resistente contida dentro das folhas longas e duras do curauá para amarrar embarcações, fazer redes e cestaria.

A sabedoria indígena e de antigos caboclos é fonte ainda de descobertas recentes ligadas à planta. Em seus trabalhos de investigação científica sobre o curauá, pesquisadores da Universidade Federal do Pará ouviram de antigos moradores que, além da fibra, a planta era usada para aliviar a dor. “ Em princípio, pesquisas do departamento de bioquímica e farmácia da UFPA revelaram uma propriedade cicatrizante”, lembra Ariberto Venturini, produtor e coordenador de um projeto de extensão universitária da área de serviço social. Intrigados com a informação de que era tradicionalmente usado no combate a dores, foram aprofundadas as investigações que confirmaram a segunda propriedade farmacológica do curauá: anestésica.

O curauá já é utilizado pela indústria automobilística para construção de freios e outras peças para veículos em substituição à fibra de vidro. O soro resultante do processamento das folhas ainda pode servir como adubo orgânico. O aproveitamento 100 por cento do curauá despertou a cobiça de produtores nacionais e até do exterior. Mudas foram plantadas no vale da Ribeira no interior paulista e também em solos japoneses, sul- africanos e até da Malásia mas sem sucesso, porque a planta não resiste a baixas temperaturas. O curauá é fiel às suas origens amazônicas e só se desenvolve em clima quente e úmido.

Uma fonte de renda alternativa para o pequeno produtor

b_estoquedecurauah220.jpgFoto: o curauá também está sendo utilizado na indústria automobilística para substituir a fibra de vidro.

Por enquanto, a cadeia produtiva formada em torno da planta envolve o comércio de seu componente mais difundido: a fibra. Ela representa entre 6 e 8 por cento da composição de cada folha. Na pequena Santo Antônio do Tauá, cidade a 150 quilômetros da capital Belém, onde a maioria dos 50 mil habitantes vive da atividade agrícola, os produtores colhem duas safras por ano do curauá nativo. Cada planta produz entre 12 e 15 folhas de onde são extraídos cerca de 2 quilos de fibras. O produtor Ariberto mantém na zona rural da cidade uma área com 150 mil mudas que começou como projeto experimental e serviu de referência para definição das melhores aplicações das técnicas de manejo e colheita assim como dos sistemas de produção e processamento das fibras nas propriedades.
Com a assessoria dos técnicos do programa POEMA – Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia – foram adaptados equipamentos e criado um laboratório para investir na micropropagação, ou seja, na criação de mudas in vitro que seriam distribuídas para os pequenos produtores. Uma doença atrasou a produção das mudas .

Como o curauá pode ser plantado sozinho ou no sistema agroflorestal, consorciado com outras culturas, o interesse dos pequenos produtores está crescendo. Já são mais de 400 famílias à espera de mudas para dar início ao plantio e entrar na cadeia produtiva, afirma Ariberto Venturini. “Não considero uma mina de ouro mas uma grande possibilidade para o pequeno agricultor porque o curauá você pode colher o ano inteiro. Duas colheitas por ano. Dois hectares para cada família renderia, só com a venda de fibra, uns R$ 200 por mês”.

Fibra amazônica + técnica japonesa = papel de arte único no mundo

Foto: da fábrica da Cidade Velha, em Belém, o papel é enviado para os ateliês de encadernação em Ananindeua.
Das propriedades , a fibra natural tem como destino o bairro Cidade Velha , no centro de Belém, onde está instalada a fábrica que garante todo o tratamento e transformação do produto. Desde a limpeza e separação das impurezas das fibras, início do processo, até as etapas de cozimento, entrelaçamento das fibras e outros materiais, até a secagem do papel já pronto, tudo é feito manualmente.
A técnica que permite transformar as fibras de curauá e outros materiais usados em um produto 100 por cento natural vem do Japão. A idéia surgiu durante a viagem da coordenadora do POEMA, Nazaré Imbiriba, para participar de um encontro sobre biodiversidade e programas de desenvolvimento sustentável. “Visitei pequenas unidades de produção de papel artesanal em uma ilha do Japão. Fizemos um convite para um mestre japonês vir à Belém dar um curso . Quando ele viu o curauá , ficou encantado e percebemos junto com ele que a fibra dava um papel bárbaro e aí começamos”, lembra Nazaré.

A iniciativa evoluíu para uma parceria envolvendo os governos locais e regionais, a JICA – Agência japonesa de cooperação internacional – e a Comissão Européia que viabilizaram a construção da fábrica e a formação de mão-de-obra para trabalhar com a fibra e com o papel resultante do processo. Edson Cardoso Castro passou cerca de um mês em Minamata, no interior do Japão, aprimorando a técnica washi de fazer papel artesanal. “Lá aprendi muitas coisas, muito interessantes. Pude me especializar um pouco mais. O papel lá é diferente do daqui, começando pelas fibras. Nós levamos o curauá mas eles apanharam muito. Não deu certo, acho que por causa do clima”, diz ele. Mas a experiência com técnica milenar foi bem assimilada.

Foto: o segredo do entrelaçado das fibras está no movimento dos braços.

Em tanques cobertos de água, as fibras vão se misturando dentro das formas trabalhadas pelos operários de maneira continua e delicada durante aproximadamente dois minutos. O olhar desses verdadeiros artesãos é que decide se o emaranhado de fibras está bem estruturado e em condições de virar folha de papel. “O segredo está no movimento dos braços, para frente, para os lados. Só de ver a gente já sabe se as fibras estão bem entrelaçadas ou não, se o papel vai ter resistência”, explica Ozéas Alves da Silva.

“É uma grande alegria participar desse projeto, sabendo que envolve tanta gente no campo. Quando a gente vai a uma comunidade e vê o pessoal juntando folhas, sementes e cascas para transformar em papel dá uma felicidade enorme”, diz Edson.

Criatividade e variedade de folhas

O envolvimento apaixonado desses trabalhadores com a transformação das fibras amazônicas em papel foi fundamental para que em seis anos a fábrica conseguisse produzir uma gama diversificada de produtos. O curauá foi o ponto de partida para ampliar as possibilidades que incluem a combinação de fibras com sementes, cascas e até resíduos de outras plantas como cana-de-açúcar e palmito. “Não trabalhamos com nada químico, tudo o que a gente faz é natural . A gente utiliza todo o lixo orgânico. A cana que é jogada fora depois de processada, a gente recolhe da rua. A vassoura do açaí também. A capa do palmito que é jogada fora é outro resíduo aproveitado”, comenta Ethel Valentina Pereira, coordenadora de produção da fábrica.

bresil_ethel_valentina220.jpgFoto: Ethel Valentina Pereira, coordenadora de produção das folhas de papel de arte que concorrem com a fabricação asiática.
O papel feito com as fibras amazônicas é classificado como art paper, ou seja, papel de arte, pela sua especificidade e qualidade. Esse papel pode ser vendido em folhas mas boa parte da produção tem como destino o ateliê que funciona na própria sede da Amazon Paper.
A empresa criada pelo POEMA visa fortalecer a cadeia produtiva e comercializar o papel e os produtos
derivados, concebidos por um grupo de papeleiros sob coordenação de Valter Ribeiro Carvalho.

Na oficina são preparados os moldes criados a partir da variedade de papel, que já deu origem a uma linha de encadernações, tipo agendas, blocos, luminárias de luxo, porta-retratos, cardápios e calendários. Da oficina em Belém, os modelos partem para a unidade de produção localizada em Ananindeua , município da região metropolitana de Belém.

“Foram nove meses de curso de capacitação. Hoje, nós somos quase profissionais de encadernação e cartonagem, estamos aptos para fazer todos os objetos…. Nosso projeto tem um fim social e por isso esperamos aumentar o núcleo de produção aqui e nas comunidades do interior ”, diz Valter .

A difícil briga com os asiáticos na conquista do mercado

O papel das fibras amazônias produzido pelos artesãos paraenses já é conhecido nos mercados consumidores do Brasil e também na Alemanha . Negociações estão adiantadas para enviar o produto aos Estados Unidos. A Amazon Paper tem o carimbo de qualidade internacional. O papel totalmente natural , ecológico e reciclável foi premiado com o selo Development Market Place, do Banco Mundial .
Além do reconhecimento pelo trabalho, o prêmio de 270 mil dólares contribui para manter em funcionamento, por pelo menos mais um ano, toda a cadeia produtiva envolvida no programa. A preocupação agora é a mesma que atinge a maioria dos projetos de desenvolvimento sustentável na região: criar condições para que a empresa siga o caminho da auto-sustentação.

Na disputa com os papéis mais baratos produzidos no Nepal, India e China, a desvantagem é evidente. Na ponta do lápis, a diferença chega a até 150 por cento quando a concorrência é com papel comum. A competição é mais justa quando compara-se papel do mesmo estilo e qualidade. “A diferença cai para 20 por cento”, estima a gerente de mercado da Amazon Paper, Roberta de Carvalho.

nazare_imbiriba220.jpgFoto: Nazaré Imbiriba, coordenadora geral da Amazon Paper: “Não empregamos mão-de-obra escrava, nem promovemos devastação”.

A empresa vai investir suas forças na identificação e no marketing em nichos de mercado específicos, apontados como saída para a sobrevivência do projeto. “O desafio é encontrar nichos que paguem por um produto que tem responsabilidade social. Uma das maiores causas do desmatamento de florestas tropicais no mundo é o corte de árvores para produção de celulose e papel”, lembra Nazaré Imbiriba, coordenadora geral do Amazon Paper.

“Esse papel precisa encontrar seus nichos e quando se fala em mercado a conversa é mais dura. Se nós conseguirmos provar que nosso papel custa 50 centavos mais caro, mas que não empregamos mão-de-obra escrava, nem infantil, nem promovemos devastação – ao contrário, nosso papel gera renda e tem qualidade – eu acredito que poderemos conquistar esses nichos. Acredito não, eu tenho fé !”, afirma.

por Elcio Ramalho
Artigo publicado em 09/08/2005

A Amazônia brasileira contada por seus habitantes, com seus problemas mas também com projetos que dão certo e melhoram a vida cotidiana das pessoas.

Depois de São Paulo, Rio e Paris, “Amazônia Brasil” está em Lausanne, oeste da Suíça, no Palais de Beaulieu, das 10h às 19h, até 8 de outubro.

Já que muito poucos brasileiros vão à Amazônia, é ela que vem às pessoas. Muito falada, fotografada e filmada, a Amazônia fascina o mundo inteiro mas geralmente esquece-se que cerca de 30 milhões de pessoas vivem na região. A exposição “Amazônia Brasil” é visa apresentar uma visão realista e atual da Amazônia brasileira do ponto de vista de seus habitantes.

Os guardiões da floresta

– Dos 22 milhões de pessoas que vivem na Amazônia brasileira, dois terços já estão nas cidades. Apesas 5 milhões vivem a floresta. São elas as guardiãs da Amazônia. Onde elas vivem, a floresta está preservada. Se vocês quiserem ajudar a Amazônia, têm de ajudar essas pessoas, afirmou o médico Eugênio Scannavino Netto, idealizador e coordenador-geral da exposição e fundador da ONG Saúde e Alegria, que trabalha em Santarém, no Pará, desde 1985.

Depois de ter sido mostrada em São Paulo em 2002, no Rio em 2004 e em Paris em 2005, “Amazônia Brasil” fica em Lausanne, oeste da Suíça, até 8 de outubro, financiada por patrocinadores suíços. A próxima etapa prevista será Berlim, em 2007.

Objetivos bem definidos

– É claro que para quem conhece a Amazônia, a exposição é pequena mas, para quem não conhece, é um bom começo”, afirma Malu Ramos, diretora executiva da exposição, concebida e realizada pela Fare Arte, empresa de São Paulo.

Entre os objetivos da exposição estão apresentar uma visão realista da Amazônia brasileira e de suas comunidades, sensibilizar o público para os problemas da Amazônia e do meio ambiente em geral e apresentar experiências positivas de Ongs e governos, de cooperações nacionais, internacionais e do setor privado.

A exposição começa com a sala sensorial em que as paredes são cobertas com fotos-satélites da Amazônia. Também tem armações de galhos e ninhos de pássaros de verdade, algumas pirogas e uma enorme mesa com sementes da floresta.

A segunda sala é dividida em duas partes: de um lado a vila amazônica, como a casa de um seringueiro, uma casa de farinha, outra que representa um ervanário do “Ver o Peso”, mercado de Belém onde se vendem remédios da floresta; de outro, uma série de vídeos mostram experiências científicas com projetos concretos em andamento.

O olhar das crianças

A terceira sala é de projeção de vídeos com dois telões com imagens dos rios e de festas indígenas e os visitantes sentam-se num tronco de árvore.

A parte mais chocante é a sala que representa a destruição da floresta. Manchetes de jornais, sempre atualizadas, se superpõem às fotos em branco e preto do desmatamento. Troncos de madeira queimada circundam o piso da sala e a iluminação também ajuda a dar uma aspecto trágico ao ambiente.

Para não ficar no trágico, a sala seguinte é a das experiências positivas. Segundo Eugenio Scannavino Netto, há mais de mil projetos em andamento na Amazônia brasileira. A sala mostra uma seleção de dez desses projetos de ONGs em diversas setores, com informações detalhadas e um computador conectado com os sites de cada uma das organizações responsáveis por esses projetos.

A exposição termina com a sala de produtos e design, com ambiente de desfile de modas em que estão expostos peças artísticas de artesanato, incluindo vestidos de fibras e borracha natural, tudo com material amazônico.

– O mais gratificante é o olhar curioso das crianças das escolas que vêm à exposição acompanhadas de seus professores, afirma Malu Ramos, diretora-executiva da exposição.

Ao final da exposição, o visitante ainda pode saborear sucos e sorvetes da Amazônia e comprar artesato autêntico da região.

in SwissInfo

Mais de 125 milhões de eleitores vão hoje às urnas em todo o Brasil para escolher o Presidente da República, 27 governadores, 27 senadores, 513 deputados federais e 1.059 deputados estaduais.Ao todo, há 1.627 cargos em disputa e 19,1 mil candidatos, incluindo oito que concorrem à presidência do país.

Segundo as sondagens, o actual Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato pelo partido dos Trabalhadores (PT), poderá ser reeleito à primeira volta. Em segundo lugar nas pesquisas surge o ex- governador paulista Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia (PSDB).

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, centro) deverá, no entanto, ser o grande vencedor das eleições de hoje, conseguindo a bancada mais forte no novo Parlamento e eleger 11 dos 27 governadores.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há eleitores aptos a votar em 5.658 municípios brasileiros, onde estão instaladas 380.945 urnas electrónicas.

Em Portugal, onde os brasileiros constituem a maior comunidade estrangeira, cerca de 9.000 estão aptos a votar, apenas 10 por cento dos residentes em situação regular. Cerca de 5.000 estão inscritos em Lisboa e 4.000 no Porto.

Também os portugueses que residem no Brasil há mais de um ano e pediram a igualdade de direitos políticos podem votar. Só no Estado de São Paulo, onde residem cerca de 400.000 portugueses, 80 mil encontram-se inscritos nos cadernos eleitorais.

As urnas abrem às 08:00, hora de Brasília (12:00 em Lisboa) e encerram às 17:00 (21:00 em Lisboa).

Duas horas após o encerramento das urnas, cerca de 30 por cento dos votos válidos para o Presidente da República, excluindo nulos e brancos, já estarão contabilizados e serão divulgados para todo o Brasil.

A divulgação dos resultados só começa às 19:00 de Brasília para que não haja qualquer influência na votação da região Norte, já que no Estado do Acre há uma diferença de fuso horário de menos duas horas em relação à capital brasileira.

Segundo o TSE, até à meia-noite estarão contados mais de 90 por cento dos votos válidos.

via Lusa

Na Amazónia Legal, com 8,8 milhões de eleitores, 61 candidatos concorrem ao governo de 9 estados e 126 concorrem ao senado.

Este ano, está em disputa apenas uma vaga de senador por estado.  Dos 81 senadores, apenas um terço (27 ) será eleito este Domingo. Ao contrário da disputa para presidente e governos estaduais, que podem ir a um segundo turno, a escolha de senadores faz-se em um único.  

Lista dos candidatos pela Amazónia: AQUI

Lista de todos os candidatos a deputados estaduais e federais: TSE

Duas sondagens dos principais institutos brasileiros indicam, pela primeira vez, desde o início da campanha para as presidenciais, a possibilidade de o presidente Lula da Silva não vencer as eleições de hoje já na primeira volta.As sondagens, divulgadas sábado pela Rede Globo de Televisão, indicam que Lula da Silva provavelmente disputará uma segunda volta contra o seu principal adversário, o candidato social-democrata Geraldo Alckmin.

Segundo a sondagem do Instituto Ibope, as intenções de voto de Lula da Silva diminuíram de 48 para 45 por cento, enquanto Alckmin subiu de 32 para 34 por cento, na recta final da campanha.

Em relação aos votos válidos, que excluem votos brancos e votos nulos, Lula da Silva regista 49 por cento, percentagem que indica a possibilidade da realização de uma segunda volta, a 29 de Outubro.

A sondagem do Ibope ouviu 3.010 eleitores em 200 cidades, entre sexta-feira e sábado, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A sondagem do Instituto Datafolha indicou também uma redução do percentual de intenção de votos de Lula da Silva de 49 para 46 por cento, enquanto Alckmin registou um aumento de 33 para 35 por cento.

Segundo o Datafolha, Lula da Silva detém 50 por cento dos votos válidos, o que também levaria à realização de uma segunda volta, uma vez que a margem de erro da sondagem é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Numa eventual segunda volta, Lula da Silva seria eleito com 49 por cento dos votos, contra 44 por cento do candidato Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PDSDB).

O Instituto Datafolha entrevistou 14.798 eleitores em 409 cidades, entre sexta-feira e sábado.

Cerca de 19.000 candidatos disputam hoje as eleições brasileiras para os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual, em 26 estados brasileiros e em Brasília.

Os 125,91 milhões de eleitores brasileiros inscritos nos cadernos eleitorais vão eleger os governadores de 26 estados e o de Brasília, além de 27 senadores (um por estado e um por Brasília), o que representa um terço do total de 81 vagas do Senado Federal.

Os eleitores vão eleger igualmente todos os novos representantes para as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, em Brasília, e de todos os parlamentos dos estados, no total de 1.059 deputados estaduais.

Cada eleitor deve assim votar em cinco candidatos, através do sistema de urna electrónica, adoptado no Brasil para evitar fraudes e acelerar a contagem final dos votos.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entidade responsável pelas eleições, distribuiu as urnas em 91.244 pontos de votação, sendo 207 deles no estrangeiro.

via Lusa

Nasceu nos Estados Unidos, mas há mais de 30 anos presta um valioso serviço ambiental na floresta amazônica. Pesquisador titular do Departamento de Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, o ecólogo Philip Fearnside tem seus trabalhos reconhecidos pela comunidade científica mundial, como mostra um levantamento feito pelo Instituto para a Informação Científica (Thomson ISI, como é conhecido em inglês).

O levantamento, feito por meio de referências em revistas indexadas na área, apontou Fearnside como o segundo cientista mais citado do mundo quando o tema é aquecimento global, nos últimos dez anos.

O ISI mantém o maior banco de dados de periódicos científicos internacionais e divulga indicadores que medem o impacto de diferentes trabalhos e autores. Dessa vez, somente publicações desde 1996 foram consideradas na análise. Foram identificados 19 trabalhos de Fearnside ligados ao tema aquecimento global, citados 530 vezes por outros autores.

“Se considerarmos que esse levantamento engloba cientistas de todo o mundo, que desenvolvem estudos com o auxílio de supercomputadores e tecnologias bem mais avançadas que as disponíveis no Brasil, essa indicação foi uma grande surpresa”, disse Fearnside à Agência Fapesp. “Isso mostra que, mesmo com poucos recursos para trabalhar na Amazônia, é possível fazer pesquisas de qualidade.”

Segundo Fearnside, esse tipo de citação em periódicos indexados baliza as informações geradas pelo grupo do Inpa do qual faz parte. “Fazer referência a outros estudos é um tipo de moeda corrente que indica a importância dos diferentes grupos de pesquisa. Por isso, acredito que qualquer grupo queira fazer parte do ranking”, disse.

O levantamento indicou que o mais citado foi John Mitchell, do Escritório Meteorológico do Reino Unido. “Ele é sem dúvida um dos cientistas mais consagrados na área de mudanças climáticas. Inclusive, em muitos trabalhos, eu mesmo já citei resultados de seus estudos”, disse Fearnside.

in Estadão

Mais informação:
Entrevista a Philip Fearnside
Homepage do investigador
Arquivo sobre “Aquecimento Global”